Em meados do séc. XX, Luís de Freitas Branco chamava a atenção para a existência de um criador que, tendo estudado em Paris com Lavignac, se revelava um profissional de primeira água. Tratava-se de Augusto Machado (1845-1924), homem engajado com os princípios da Geração de 70 (séc. XIX) e amigo pessoal de Eça de Queiroz. Machado escreve música que retrata de forma magistral a sociedade portuguesa dos finais de oitocentos, nomeadamente as elites burguesas da nossa Lisboa, sem nunca comprometer a qualidade do discurso musical. Falamos de um dos compositores mais reconhecidos do seu tempo, tendo sido aclamado, tanto no domínio da ópera, no Teatro Nacional de São Carlos, como no da opereta, essencialmente no Teatro da Trindade. O presente programa rende tributo a esta última tipologia de produção musical, escrita em português e com um marcado cunho satírico.