A Poesia, com as suas rimas, sonoridades, aliterações e métricas, é Arte essencialmente musical. É, pois, natural que inúmeros compositores nela se inspirem e que, simultaneamente, inúmeros poetas ardam em exaltações musicais. Um Cancioneiro Português foca-se agora em poetas portugueses da segunda metade do século XX: Armindo Rodrigues, Sebastião da Gama, Herberto Helder, Maria Teresa Horta, Natália Correia, Mário Cesariny de Vasconcelos, António Ramos Rosa, Eugénio de Andrade – alguns deles amantíssimos de música.

A balizar o recital surge, quase inevitavelmente, Fernando Lopes-Graça, o compositor português que musicou poesia com mais ardor, das medievais Cantigas de Amigo a Saramago, passando por toda a história da nossa literatura (Gil Vicente, Camões, Sá de Miranda, Bocage, Garrett, António Nobre, Pessoa, Pascoaes, José Gomes Ferreira, Carlos de Oliveira, Eugénio de Andrade, Sophia de Mello Breyner e Nemésio, entre outros).

Teremos alguns poetas trabalhados por vários compositores, o que originará apaixonantes comparações.