Inspirada num conto de Perrault e com libreto de Béla Balázs, a ópera O Castelo do Barba-Azul de Béla Bartók foi estreada em 1911. Judith, a quarta esposa de Barba-Azul, interroga-se sobre o que terá acontecido às anteriores mulheres e sobre o que existe realmente por detrás das sete portas trancadas naquele sombrio castelo.

A Voz Humana, a peça teatral em um ato que Jean Cocteau estreou em 1928 e que Francis Poulenc adaptou para ópera precisamente trinta anos mais tarde, desenrola-se num quarto onde “Elle”, uma mulher abandonada pelo amante, tenta desesperadamente recuperar o amor perdido durante uma longa conversa telefónica. Um monólogo intenso cuja estrutura dramático-musical é delineada pelo telefone com as suas sucessivas interferências e avarias.

Olga Roriz encena esta sessão dupla, em que as duas obras são extremamente teatrais, mesmo cinematográficas, pelo seu enredo, personagens e locais onde decorrem.